Estudo da Carta aos
Romanos
Ao estudar uma carta, texto ou um livro, deve-se ter em mente os elementos básicos de interpretação de texto:
Essas informações nos darão o que é necessário para compreender o contexto sociogeográfico e/ou status da pessoa ou pessoas para quem foi destinado o conteúdo.
No que se refere às informações citadas, é necessário que tenhamos as mesmas informações dos destinatários ou o mais próximo possível disso, para que nossa esteja mais próxima possível da dos destinatários originais!
Onde
Onde pode se referir tanto a , onde foi escrita, bem como para onde foi mandada.
Provavelmente a carta foi escrita em Corinto, não há uma certeza quando a isso. Quanto para onde foi enviada, já abordamos.
Como
Nada a relatar, item de pouca relevância.
Quando
Quando: Não podemos afirmar com precisão. Porém os estudiosos acreditam que foi entre o ano 36 a 50 D.C
Anacronismo; é um erro de cronológico, consiste em atribuir a uma época ou a um personagem ideias e sentimentos que são de outra época. Sabemos que a carta foi escrita em grego, no século I, portanto, devemos evitar o anacronismo linguístico, que nada mais é, que usar um significado de palavras fora de seu tempo.
As palavras tendem a ganhar novos significados com o passar do tempo, entretanto para uma boa interpretação do texto, devemos limitar os significados ao que as palavras tinham no período que a carta foi escrita.
É importante que cada palavra tenha seu significado restrito ao que significava no período em que a carta foi escrita, em caso de dúvidas é interessante consultar um dicionário etimológico.
O porquê
Quando se trata das cartas do novo testamento, o assunto ou o porquê dela vem no conteúdo, abordado de forma, direta ou indireta, por isso, não adiantarei os assuntos que a própria carta abordará.
Aos Romanos
A carta de Sha’ul (Conhecido como Saulo na Grego e Paulo no Latim) o, emissário de Yeshua (Conhecido como Jesus), à comunidade messiânica de Roma.
Nota da Versão: Usamos 3 versões da bíblia para esse estudo, a Bíblia de Jerusalém, King James e Judaica Completa, compilando as três em uma versão.
Capítulos:
1 1De: Sha’ul, escravo do Messias Yeshua, emissário por ter sido chamado e separado para as boas-novas de Deus.
2 Deus prometeu essas boas-novas diante mão por meio de seus profetas no Tanakh (De acordo com a tradição, o Cânon Judaico, o Tanakh, conhecido entre os gentios como velho testamento, é composto por 24 livros que se agrupam em três conjuntos: “Lei, Profetas e Escritos”). 3 Elas dizem respeito ao seu filho – ele é um descendente físico de David (David: Davi): 4 e demonstrou com poder ser o Filho de Deus em espírito, separado ao ter sido ressuscitado entre os mortos; ele é Yeshua, o Messias, nosso senhor. 5 Por meio dele, recebemos graça e nos foi concedido a tarefa de ser emissário a fim de promover a obediência baseado na confiança entre todos os gênios, 6 incluindo vocês que foram chamados por Yeshua, o Messias.
7 Para: todos aqueles em Roma que são amados por Deus, chamados, separado para ele.
Graça a vocês e shalom da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Yeshua, o Messias. 8 Inicialmente, agradeço a meu Deus, mediante a Yeshua, o Messias, todos vocês, porque o relato da confiança de vocês está se espalhando por todo o mundo. 9 Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito mediante a disseminação das boas-novas a respeito de seu Filho, é minha testemunha de que me lembro de vocês com regularidade 10 em minhas orações; e sempre oro para que de algum modo, agora ou no futuro, eu possa, segundo a vontade de Deus, ter bom êxito em visitá-los. 11 Porque eu desejo muito vê-los, para poder partilhar com vocês algum dom espiritual que os fortaleça – 12 ou, em outras palavras, para que, mediante minha estrada com vocês, possamos, por meio da fé comum, encorajarmo-nos mutuamente.
13 Irmãos, saibam que, apesar de eu ter sido impedido de visitá-los até o momento, tinham feito planos para vê-los, a fim de recolher algum fruto entre vocês, da mesma forma que tenho feito com outro gentios. 14 Tenho um débito para com os gregos civilizados e para com as pessoas não civilizadas, para com as pessoas cultas e ignorantes; 15 portanto, estou desejoso de anunciar as boas-novas também a vocês que vivem em Roma.
16 Porque eu não estou envergonhado das boas-novas, porque elas são o meio poderoso pelo qual Deus leva a salvação a todo homem que mantém a confiança, especialmente para o judeu, mas também para o gentio. 17 Porque, mediante as boas-novas, revela-se como Deus torna as pessoas justa à sua vista; e do começo ao fim isso se dá mediante a confiança. Como diz o “Mas a pessoa que é justa viverá sua vida por meio da confiança”. (Referência a Habacuc 2.4)
18 A ira de Deus é revelada desde o céu contra toda a perversidade e impiedade de pessoas que, motivados por sua injustiça, mantém a supressão da verdade; 19 pois o que se pode conhecer a respeito de Deus lhes é claro, porque Deus assim o faz. 20 Desde a criação do Universo, suas qualidades invisíveis – seu poder eterno e sua natureza divina – são claramente vistas, pois elas podem ser entendidas mediante as coisas que ele criou. Portanto, eles não têm desculpa; 21 apesar de saberem quem Deus é, não o glorificaram como Deus, nem lhe agradeceram. Ao contrário, tornaram se fúteis em seu pensamento; e seu coração obtuso anuviou-se. 22 Alegando ser sábios, tornaram-se tolos! 23 Na verdade, trocaram a Glória do Deus imortal por meras imagens, semelhantes a seres humanos mortais, pássaros, animais ou répteis!
24 Este é o motivo pelo qual Deus os entregou à vileza dos desejos de seu coração, a ponto do uso vergonhoso de corpos alheios. 25 Transformarão a verdade de Deus em mentira, quando adoraram e serviram as coisas criadas, em lugar do Criador – louvado seja ele para sempre. Amen. 26 Esta é a razão de Deus lhes ter dado paixões degradantes, de forma tal que suas mulheres trocaram as relações sexuais naturais pelas não naturais; 27 e da mesma forma os homens desistindo das relações naturais com sexo oposto, ardem de paixão uns pelos outros, homens cometendo atos vergonhosos com outros homens e recebendo pessoalmente a penalidade apropriada à sua perversão. 28 Isto é, pelo fato de não terem considerados Deus digno de conhecimento, o próprio Deus os entregou a linhas de raciocínio inúteis, para que eles realizem coisas impróprias. 29 Eles estão cheios de todo tipo de impiedade, maldade, ganância e imoralidade; cheios de inveja, assassínio, rixa, desonestidade e malevolência; são mexeriqueiros, 30 caluniadores, inimigos de Deus; insolentes, arrogantes e orgulhosos; planejam esquemas malignos; desobedecem aos pais; 31 são insensatos, desleais, insensíveis e cruéis.
32 Conhecem suficientemente bem o justo o decreto divino de que as pessoas que praticam tais coisas merecem morrer; entretanto, não apenas continuam a fazê-las, como também aplaudem outras pessoas que fazem o mesmo.
2 1 Portanto, você, independentemente de quem seja, é indesculpável ao julgar os outros; quando você julga outra pessoa, está condenando a si mesmo; porque você, que julga, faz as mesmas coisas que ela. 2 Sabemos que o juízo de Deus é aplicado imparcialmente sobre os que praticam tais coisas; 3 você imagina que um simples homem, que julga os outros por cometerem essas coisas, apesar de ele mesmo realizá-las, escapará do juízo de Deus? 4 Ou talvez você despreze as riquezas de sua bondade, indulgência e paciência, por não perceber que a bondade de Deus tem a intenção de fazer você abandonar seus pecados. 5 Contudo, por causa de sua teimosia e de seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo para o dia da ira, quando o justo juízo de Deus for revelado; 6 porque ele retribuirá a cada um de acordo com seus atos. (Salmo 62.13”12’; Provérbio 24.12) 7 Aos que procuram glória, honra e imortalidade mediante a perseverança nas boas obras, ele retribuirá com a vida eterna. 8 Mas aos que são egoístas, que desobedecem à verdade e seguem o mal, ele retribuirá com ira e desprazer
9 Sim, ele retribuirá com aflição e angústia a todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o judeu, depois para o gentio; 10 mas glória, honra e shalom para todo aquele que persiste em fazer o bem: primeiro para o judeu, depois para o gentio. 11 Porque Deus não demonstrará favoritismo. 12 Todos os que pecaram fora da estrutura da Torah (Torah ou Torá, a grosso modo é a Lei de Moisés, A Torá é composta pelos os 5 primeiros livros do Tanakh, esses 5 primeiros é conhecido como pentateucos e é considerada um guia para os judeus, com 613 mandamentos que ensinam como devem ou não agir, seja nas relações sociais, familiares, religiosas) morrerão fora da estrutura da Torah, e todos os que pecaram sob a estrutura da Torah serão julgados pela Torah. 13 Porque não são os meros ouvintes da Torah a quem considera justos; antes, são os praticantes do que a Torah diz considerados justos à vista de Deus. 14 Pois todas as vezes que os gentios, que não tem a Torah, fazem naturalmente o que a Torah requer, esses, apesar de não terem a Torah, são a Torah para si mesmos! 15 Por meio de sua vida, demonstram que a conduta ditada pela Torah está escrita em seu coração. (Jr 31.32”33” Dt 5.18). Sua consciência também dá testemunho disso, por que seus pensamentos conflitantes às vezes os acusam e outras vezes os defendem 16 até o dia em que Deus julgará os segredos mais íntimos das pessoas. (De acordo com as boas-novas que eu anuncio; ele o fará mediante o Messias, Yeshua.)
17 Entretanto, se você se diz judeu, apoie-se na Torah e orgulha-se de Deus 18 e conhece sua vontade e aprova o que é correto, porque tem sido instruído na Torah; 19 e está persuadido de ser um guia para os cegos, uma luz nas trevas, 20 instrutor de pessoas espiritualmente ignorantes e um mestre de crianças, porque tem na Torah a expressão do conhecimento e da verdade; 21 então, você, que ensina os outros, não ensina a si mesmo? Pregando: “não roube” (Referência a Êxodo 20.13.15 DT 5.19), rouba? 22 Dizendo: “não adultere”, adultera? Você, que detesta ídolos, comete atos de idolatria? 23 Você, que se orgulha tanto da Torah, desonra a Deus, desobedecendo à Torah? 24 Como está escrito no Tanakh: “Por causa de vocês, o nome de Deus é blasfemado entre os goyim” (é um termo para um gentio, um não-judeu). 25 Porque a circuncisão tem valor se você fizer o que a Torah diz. Entretanto, se você for um transgressor da Torah, sua circuncisão torna-se incircuncisão! 26 Portanto, se um homem incircunciso guarda as exigências justas da Torah, não será sua incircuncisão considerada circuncisão? 27 Na verdade, o homem fisicamente incircunciso que obedece à Torah condenará você, que, apesar de ter passado pela b’rit-milah (Cerimônia religiosa dentro do judaísmo na qual o prepúcio dos recém-nascidos é cortado ao oitavo dia como símbolo da aliança entre Deus e o povo de Israel. Também é nesta cerimônia que o menino recebe seu nome) e ter a Torah escrita, transgride a Torah! 28 Porque o judeu de verdade não é apenas o exteriormente judeu; a circuncisão não é apenas exterior e física. 29 Ao contrário, o judeu de verdade é quem o é interiormente; e a verdadeira circuncisão é a do coração, espiritual, não literal; para que seu louvor não proceda dos homens, mas de Deus.
3 1 Então que vantagem tem o judeu? Que valor há na circuncisão? 2 Muito, em todos os sentidos! Em primeiro lugar, aos judeus foram confiadas as próprias palavras de Deus. 3 Se alguns deles foram infiéis, e daí? Sua infidelidade cancelará a fidelidade de Deus? 4 De jeito nenhum! Deus é verdadeiro, ainda que todos os homens sejam mentirosos! Como diz o Tanakh:
“para que tu, ó Deus, sejas justificado nas tuas palavras e prevaleças no veredicto quando fores julgado”. (Provavelmente uma referência ao Salmo 51.4/6: contra ti, apenas contra ti, pequei e fiz o que era mau perante teus olhos; de maneira que está certo em me acusar e justificado em me condenar.)
5 Agora, se nossa injustiça destaca a justiça de Deus, que diremos? Que Deus é injusto ao aplicar-nos sua ira? (Argumento aqui da forma pela qual as pessoas normalmente fazem.). 6 Claro que não! Se fosse assim, como Deus poderia julgar o mundo? 7 “Mas”, alguém dirá, “se por meio da minha mentira a verdade de Deus é destacada, e lhe dá mais glória, por que ainda sou julgado por ser um mero pecador?”. 8 Na verdade, por que não dizer (como algumas pessoas nos caluniam ao afirmar que declaramos): “Façamos o mal, para que nos venha o bem”? A condenação dessas pessoas é justa!
9 Dessa forma, nós, judeus, estamos em posição de vantagem? Não! Já demonstrei que todas as pessoas – judeus e gentios –, indiferentemente, são controladas pelo pecado. 10 Como declara o Tanakh:
“Não há nenhum justo, nem um sequer!
11 Ninguém entende, ninguém busca a Deus;
12 todos se desviaram,
e tornaram-se simultaneamente inúteis;
não há ninguém que demonstre bondade, nem um sequer!”
(Referência ao Salmo 14)
13 “Suas gargantas são túmulos abertos;
usam a língua para enganar. (Ref. ao Salmo 5.10)
Veneno de serpentes está em seus lábios. (Ref. ao Salmo 140.4/3)
14 Suas bocas estão cheias de maldições e amargura. (Ref. ao Salmo 10.7)
15 “Seus pés são rápidos para derramar sangue,
16 em seus caminhos estão ruína e desgraça,
17 e não conhecem o caminho de shalom. (Ref. ao Isaias 59.7,8; e Pv 1.16)
18 “Não há temor a Deus diante de seus olhos”. (Ref. ao salmo 26.2/1)
19 Além do mais, sabemos que tudo o que a Torah diz, o diz aos que vivem sob a estrutura da Torah, para que toda a boca se cale e todo o mundo seja considerado merecedor do juízo adverso de Deus. 20 Por que à sua vista nenhuma pessoa viva será considerada justa (Ref. ao salmo 143.2) com base na guarda legalista dos mandamentos da Torah, pois o verdadeiro trabalho da Torah é mostrar às pessoas quão pecadoras elas são.
21 Mas agora, à parte da Torah, o jeito de Deus de tornar as pessoas justas à sua vista foi esclarecido – ainda que a Torah e os profetas também testemunhem a respeito dele –: 22 trata-se da justiça que procede de Deus, mediante a fidelidade de Yeshua, o Messias, para todos os que confiam. Não há diferença se alguém é judeu ou gentio, 23 porque todos pecaram e não são capazes de merecer o louvor de Deus. 24 Mediante a graça divina, sem merecê-la, todos recebem a condição de serem considerados justos diante dele, por meio do ato que nos redime de nossa escravização ao pecado, realizado pelo Messias Yeshua. 25 Deus ofereceu Yeshua como kapparah (kap-pa-rah significa satisfação, expiação, propiciação; de forma mais abrangente, absolvição, perdão) pelo pecado, mediante sua fidelidade no tocante ao sangue da sua morte sacrificial. Isto vindicou a justiça de Deus; porque, em sua tolerância, não havia passado por cima [sem punir nem remir] os pecados que as pessoas cometeram no passado; 26 e ela vindica sua justiça na era presente ao demonstrar que ele é justo e também aquele que torna pessoas justas por causa da fidelidade de Yeshua.
27 Portanto, que espaço é deixado para a vanglória? Nenhum! Que tipo de Torah a exclui? A que diz respeito às observações legalistas de regras? Não, ao contrário, na Torah que diz respeito à confiança. 28 Portanto, afirmamos o conceito de que a pessoa deve ser considerada justa por Deus com base na confiança, que nada tem em comum com a guarda legalista dos mandamentos da Torah.
29 Ou é Deus o Deus apenas dos judeus? Ele não é também o Deus dos gentios? Sim, ele é de fato o Deus dos gentios, 30 porque, como vocês reconhecem, Deus é um só. (Ref. a Deuteronômio 6.4) Por isso, consideraremos justos os circuncisos com base na confiança e os incircuncisos com base na mesma confiança. 31 Segue-se então que abolimos a Torah por meio dessa confiança? De maneira nenhuma! Ao contrário, confirmamos a Torah.
Comentáro